África do Sul

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

África do Sul: dos guetos ao luxo

África do Sul: dos guetos ao luxo

Confira o vídeo do maior bungee jumping do mundo e nossa galeria de fotos.  Por Vivian Vasconcellos














A África do Sul é considerada o país mais desenvolvido do continente africano. Em 2008, o Produto Interno Bruto (PIB), de US$ 277 bilhões, apresentou crescimento de 3,1%. Espera-se que a Copa do Mundo acrescente mais 21 bilhões de rands ao PIB (quase US$ 3 bilhões), com 350 mil visitantes. Apesar da posição positiva do Ministério de Turismo, as belezas e cenários exóticos do país, somadas ao refinado hotel seis estrelas, o The Palace of the Lost City, contrastam com uma população ainda marcada pela divisão racial, problemas com HIV e miséria.
A maioria dos turistas lembra de leões e da mata selvagem quando falam de África. A África do Sul, no entanto, fornece conforto e sofisticação de uma cidade grande. Sem decepcionar a visão dos sedentos por aventura, o Kruger Park oferece segurança no meio de toda a selva. Dos churrascos típicos, os Braais, à visita aos guetos e o maior bungee jumping do mundo, não faltam opções.

A cidade do Cabo

A praia de Camps Bay, na cidade do Cabo, é considerada um paraíso na terra. Com um visual de tirar o fôlego, a mais famosa montanha, Table Mountain, permite uma visão panorâmica de toda a cidade, a 1.067 metros de altura. “É uma cidade imperdível no verão. Os bairros têm mansões muito luxuosas e um nível social muito acima de todo o país”, comentam os turistas.
A Water Front é conhecida por seu ambiente agradável e cenário turístico. Na praça, músicos tocam jazz em frente aos diversos restaurantes e lojas. Saindo de Cape Town é possível fazer a “Garden route”, uma rota pelo litoral da África do Sul, passando por vinícolas e praias.

Os guetos

Assim como visitar as favelas cariocas é considerado um programa de gringo no Rio de Janeiro, na África do Sul os turistas podem visitar as Townships (favelas) acompanhados de guias. Outro programa que faz parte da cultura sul-africana são os churrascos, ou Braais, onde são servidas comidas típicas, o boereswors e pap (linguiça de fazenda e creme de milho).
A estudante Marcella Franco, 22, moradora de Pretória, mudou-se para a África do Sul com a família, quando o pai foi transferido pela Marinha. Apesar de adaptada ao país, ela reclama do transporte público. “Não há um sistema integrado como no Brasil, com metrô, ônibus e trem. Os taxis são, na verdade, vans não muito seguras e superlotadas. Assim, cada um tem seu carro e os mais pobres usan vans. Raramente há alguém andando a pé pelas ruas.”
O turista Diogo Freitas visitou o país em 2009, e critica o tratamento dado às pessoas que tentavam pegar transporte público e do preço dos “taxis”, de 20 rands, apenas para entrar. “Alugar carro é uma boa opção. Gastei 1.100 rands, em torno de 250 reais, por toda a semana e de 100 a 160 rands para encher o tanque.”

Mais que aventura

Não faltam opções para os amantes dos esportes radicais. E o agente de turismo Maurício Mattos explorou praticamente todos eles. Ele começou a planejar seu roteiro no Brasil. “Queria mergulhar com tubarões e meu irmão, fazer o bungee jumping, então traçamos um roteiro. Ficamos na maioria dos albergues sem fazer reserva”, conta Mattos, que fez sua viagem dos sonhos de fevereiro a março de 2010. Entretanto, ir para a África do Sul sem reservar um lugar em época de Copa do Mundo é contar muito com a sorte.
O mergulho com os tubarões, em Gansbaai, é comum na África do Sul. “Entramos em uma jaula com mais seis pessoas, enquanto os guias jogavam cabeças de atum e sangue para atrair os animais.” O passeio, que na época ele diz ter saído por um pouco mais de R$ 200, pode ser negociado, caso você chegue com um grupo para a aventura.
O maior bungee jumping do mundo, de acordo com o Guiness Book, fica na Bloukrans Bridge, dentro do parque de Tsitsikama (se fala Titikama, no dialeto Xossa). Maurício e o irmão também planejaram o salto que, de acordo com ele, custava por volta de 500 rands. “Foi a pior sensação do mundo. Vai totalmente contra o seu instinto de sobrevivência, mas a experiência vale a pena.” Contraditório, mas ainda curioso, fica a dica para os que não tiverem medo de cair de um penhasco por 216 metros.


Ainda na onda de aventura, as Congo Caves, “cavernas do congo”, oferecem uma linda vista das cavernas africanas, repletas de estalactites. A opção “com emoção” permite que o turista entre em espaços “inimagináveis” e cavernas muito apertadas, só sendo possível entrar rastejando-se e subindo por três metros. A beleza da caverna pode ser vista sem a parte aventureira. As cavernas são um programa mais em conta.
O rafting e o salto de paraquedas também fazem parte dos programas de aventura da África do Sul. “Em toda a cidade existem folhetos de programação para mochileiros e turistas em geral. É uma cidade muito preparada para o turismo e é muito fácil conseguir informação e passeios”, menciona Maurício.
Kruger National Park
O parque dá a oportunidade de o turista se hospedar em casas rústicas, sofisticadas e camping, como ficou o agente de turismo Maurício Mattos, 23. Ele escolheu a opção mais barata, que também oferece mais aventura para o viajante. Apesar da área cercada, ele conta que toda a noite recebia a visita de uma hiena.
A psicanalista Luciana Marques foi contratada pela Universidade de Columbia para implantar um serviço de tratamento de HIV em Moçambique. Nas suas férias, foi para a África do Sul e conta que o Kruger Park foi uma experiência imperdível. “Acordei com um rinoceronte na porta do meu quarto. Temos que respeitar muito a natureza, porque ali somos visitantes do habitat deles. O legal é ficar dentro do parque e fazer os passeios à parte, como sair de madrugada para ver os leões”, conta. Ao fazer a hospedagem, o turista pode alugar uma Land Rover para circular pelo parque. No entanto, os passeios mais perigosos requerem o acompanhamento de um guia e são pagos por fora.

Vestígios do Apartheid

O preconceito na África do Sul ainda é muito visível por moradores e visitantes. Passeio cultural e muito interessante, o Museu do Apartheid e da África do Sul fornecem dados sobre a luta do líder político Nelson Mandela contra a segregação racial de negros e brancos no país.
A reforma sul-africana que propôs o fim do Apartheid começou em 1990, com o presidente Frederic. W. de Klerk. No mesmo ano, o líder político Nelson Mandela, preso desde 1964, foi libertado e quatro anos depois eleito presidente da África do Sul. Mesmo com o fim do Apartheid decretado, mais de 20 anos depois o país ainda apresenta marcas do passado que podem ser vistas até hoje.
“Quando peguei um taxi no aeroporto de Johannesburg, o taxista me disse os lugares que eu não podia frequentar. O mesmo aconteceu à noite, para entrar em bares de negros. Existe um preconceito muito forte, em todo lugar que você vai”, conta a psicóloga Luciana Marques. Turistas revelam que as quatro praias de Clifton Bay, em Cape Town, são divididas por praia gay, baixa renda, negros e classe alta, sendo a última, a praia de Clifton Bay 4.

Jornalismo-Fonte, Opinião e Notícia

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